Divórcio litigioso entre China-US
Confira o movimento das bolsas e do dólar no mercado internacional, e no Brasil (às 08h30 de Brasília).
Os mercados globais amanhecem pressionados após a China sancionar as unidades americanas da sul-coreana Hanwha Ocean Co. e ameaçar novas medidas retaliatórias contra o setor marítimo. O movimento intensifica o embate comercial entre Pequim e Washington, em meio às articulações para uma nova rodada de negociações comerciais. As sanções sobre cinco subsidiárias nos EUA derrubaram as bolsas da Ásia, com o índice de Seul recuando mais de 2% e as ações da própria Hanwha Ocean despencando 6,2%. Em contrapartida, os papéis de estaleiros chineses avançaram, impulsionados pela expectativa de estímulos internos ao setor. O episódio adiciona incerteza a um ambiente já tenso, marcado por disputas sobre domínio marítimo e tarifas bilaterais. As rotas marítimas são responsáveis por mais de 80% do comércio internacional global.
Na Europa, os índices também operam em queda acompanhando o clima de aversão ao risco, enquanto os futuros de Nova York apontam para leve baixa após as fortes oscilações de ontem. Os investidores aguardam o discurso de Jerome Powell, às 13h20 (horário de Brasília), que deve consolidar a expectativa de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na reunião do FOMC de 29 de outubro, aposta já precificada em quase 100% no CME Group.
Nos Estados Unidos, o foco também se volta para o início da temporada de balanços do terceiro trimestre, com resultados de JPMorgan, Wells Fargo e Goldman Sachs antes da abertura dos mercados e Citigroup após o fechamento.
No Brasil, o dia traz a divulgação do Índice de Serviços de agosto, que deve mostrar estabilidade, e a participação do ministro Fernando Haddad em audiência no Senado para defender o projeto de isenção do Imposto de Renda. No radar de riscos, seguem as preocupações com o impasse tarifário entre EUA e China, o shutdown do governo americano e as incertezas fiscais domésticas.
O clima geral é de cautela, com o investidor ajustando posições antes dos discursos do Fed e da abertura dos balanços, em um cenário de tensões geopolíticas renovadas e de expectativas por cortes de juros nos EUA.