O mercado do milho está mudando
Macro: O dólar opera em queda nesta sexta-feira cotado abaixo dos R$ 5,35. Com isso, a divisa americana opera em seus menores patamares desde 12 de junho de 2024 no câmbio brasileiro. Lá fora, a moeda se recuperava frente a outras divisas, apoiada pelos Treasuries em alta. O mercado segue cauteloso após a condenação de Bolsonaro e em meio à possibilidade de novas medidas de Trump contra o Brasil.
CBOT
Soja e Milho: A soja reverteu a queda após o relatório do USDA e voltou a subir no fim do pregão, levando o milho na carona. O mercado desconsiderou as projeções de produtividade do WASDE, já que as produtividades em campo estão abaixo do esperado. A revisão do USDA foi vista como conservadora, cortando apenas 800 mil t nas exportações, quando o ajuste coerente seria próximo a 2 milhões t diante da ausência de compras da China. Os EUA perderam praticamente todos os embarques de outubro para a América do Sul. Novembro está só 30% coberto, enquanto a Argentina avança agressiva, já com 7 barcos vendidos.
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🔈🚨 ALERTA 1: Relatório de O&D de Setembro – USDA
🚨 ALERTA 2: Mercado ignora relatório do USDA. Soja e milho voltam a subir na CBOT
Fertilizantes: A NFL concluiu o último tender de ureia comprando 2,03 milhões t, abaixo das expectativas de 2,5 milhões, os preços ficaram cerca de US$ 60/t abaixo do mês passado. A China foi a maior fornecedora, com 700-900 mil t, seguida pelo Oriente Médio, além de Rússia e Nigéria com menores volumes. O limite de compras é atribuído a preocupações logísticas nos portos indianos. A queda de preços pressiona o mercado internacional de ureia. Há expectativa de novo tender entre setembro e início de outubro, o que pode sustentar as cotações.
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De olho nos custos | Fertilizantes Brasil
B3
Milho: Futuros do milho operam com variações mistas na B3. O milho brasileiro segue caro nos principais destinos, como mostrado nos tenders da Coreia do Sul. A Cargill Purina comprou milho do Brasil em licitação que excluiu o produto americano por qualidade, mas na MFG o milho dos EUA venceu. A diferença foi de US$ 13/t CFR Coreia em embarques semelhantes. O custo de originação no Brasil segue acima do trade level no FOB e distante da Ásia. Para competir, o milho na BR-163 teria que valer R$ 37/saca, mas negócios no MT estão a R$ 49, tornando difícil a vida do exportador.
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Opinião: O milho brasileiro continua muito caro
Clima: As projeções climáticas desta sexta indicam que a segunda quinzena de setembro deve trazer retorno mais consistente das chuvas no Brasil. Modelos europeu e americano apontam precipitações ao longo dos próximos 15 dias no Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Rondônia e parte de Tocantins e Maranhão. No Matopiba, o cenário segue dentro da normalidade, com chuvas apenas a partir de meados de outubro. O movimento reforça a expectativa de início da safra em condições mais favoráveis.
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