PSF: 09_12_2024
O dólar comercial estende o movimento da véspera e recua pelo segundo dia seguido, voltando a operar abaixo da faixa de R$ 6,10.
A atuação pesada do Banco Central no mercado de câmbio, a aprovação do pacote fiscal pelo legislativo do país e a melhora do humor externo, justificam esse movimento de queda.
Ontem, o Banco Central vendeu US$ 8 bilhões no mercado à vista, a maior intervenção diária desde 1999. E hoje, a autoridade monetária realizou novos leilões. Primeiramente, novo leilão à vista de US$ 3 bilhões e posteriormente, mais US$ 4 bilhões em leilão de linha (venda no à vista e recompra no futuro).
Desde a semana passada, o montante de intervenção totaliza US$ 25,77 bilhões e ajuda a impedir nova escalada na cotação.
Outro ponto positivo foi a aprovação do pacote fiscal pelo Congresso ao longo do dia de ontem. Apesar do plano ser insuficiente para colocar as contas públicas em ordem, é melhor que não o ter.
E no exterior, o resultado do PCE Core (Inflação dos gastos das famílias) registrou alta mensal menor que o esperado, trazendo perda para o valor do dólar ao redor do globo. Inflação abaixo da estimativa abre a possibilidade de uma política monetária mais frouxa nos EUA para o médio prazo, o que ajuda a derrubar o dólar no exterior. O dólar IDX recua 0,4% nesse momento.
Em novembro, subiu 0,1% ante ao mês anterior, enquanto os analistas esperavam alta de 0,2%. Com o resultado, o valor acumulado em 12 meses ficou em 2,8%, em linha com o reportado em outubro e 0,1 p.p. abaixo da expectativa do mercado (2,9%).
Apesar da melhora do humor para a moeda brasileira ontem e hoje, o cenário segue desafiador no curto prazo. Para acalmar de vez o mercado, o governo precisará anunciar novas medidas de ajustes fiscais, que poderão ocorrer em fevereiro de 2025, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Porém, dada a enorme decepção do mercado com o pacote anunciado no fim do mês passado, os investidores entendem que não se deve esperar melhoras efetivas para as contas públicas até o final desse governo, o que tende a manter bastante volátil o preço da moeda norte-americana em nosso país nos próximos meses. A volatilidade seguirá bastante elevada.