O dólar sobe com força e atinge máximas de R$ 5,41
Confira o movimento das bolsas e do dólar no mercado internacional, e no Brasil (às 08h30 de Brasília).
Os mercados globais começaram o dia em tom mais positivo, com as bolsas europeias em alta, puxadas principalmente pelo setor de energia. O movimento veio após o presidente Donald Trump anunciar um bloqueio ao petróleo da Venezuela, o que impulsionou os preços do crude. O Stoxx 600 avançou 0,4%, com BP e Shell subindo mais de 2%. Nos EUA, os futuros do S&P 500 também operam em alta, enquanto o Brent salta cerca de 2,2%, voltando à casa dos US$ 60 o barril após tocar o menor nível desde 2021.
A escalada geopolítica deu suporte adicional aos ativos de proteção. Ouro e dólar avançam, com o metal precioso superando US$ 4.330/onça, próximo da máxima histórica registrada em outubro. Prata e platina também sobem, refletindo maior busca por hedge diante do aumento das tensões internacionais. Além da Venezuela, o mercado monitora a possibilidade de novas sanções dos EUA contra o setor de energia da Rússia, caso não haja avanço em um acordo de paz com a Ucrânia.
No Reino Unido, as ações tiveram o melhor desempenho desde abril. A inflação mais fraca em oito meses pressionou a libra, favorecendo o FTSE 100, índice fortemente exposto a receitas externas.
No Brasil, o dia foi marcado por forte deterioração do humor. A pesquisa Quaest trouxe um sinal claramente negativo para os ativos ao indicar Flávio Bolsonaro à frente de Tarcísio de Freitas nas intenções de voto dentro do campo da direita. A leitura do mercado é que esse resultado tende a embaralhar o cenário eleitoral, reduzir a probabilidade de Tarcísio entrar na disputa presidencial e, por consequência, aumentar as chances de reeleição do presidente Lula, movimento que pesou de forma relevante sobre os preços dos ativos domésticos.
Do lado da política monetária, a ata do Copom não trouxe qualquer sinalização de corte da Selic em janeiro, reforçando a postura de cautela do Banco Central. No cenário externo, o payroll dos Estados Unidos também não alterou as apostas de pausa no ciclo de cortes de juros pelo Fed. Para fechar o dia, a Câmara aprovou no fim da noite o projeto que reduz benefícios fiscais, ajudando o governo a fechar o Orçamento de 2026, mas sem conseguir neutralizar o impacto negativo vindo do noticiário político-eleitoral.