O dólar sobe com força e atinge máximas de R$ 5,41
Confira o movimento das bolsas e do dólar no mercado internacional, e no Brasil (às 08h30 de Brasília).
A forte alta das bolsas impulsionada pelo corte de juros nos EUA e pelo tom mais benigno de Jerome Powell perdeu força nesta manhã, após o balanço da Oracle reacender as preocupações sobre o ritmo, e o custo, dos investimentos em inteligência artificial. Os futuros do S&P 500 recuavam após a forte sessão de ontem, enquanto os contratos do Nasdaq 100 caíam perto de 0,8%. Oracle, vista como um termômetro da corrida por infraestrutura de IA, despencava mais de 10% no pre-market depois de reportar vendas de nuvem abaixo das expectativas.
O mau humor contaminava outros pesos-pesados do setor: Nvidia liderava as quedas do grupo “Magnificent Seven”, enquanto o Bitcoin recuava quase 2% ao se aproximar de US$ 90 mil. O dólar operava estável. O resultado da Oracle trouxe de volta a discussão sobre valuations esticados e a dúvida central que acompanha o ciclo de IA: o retorno desses investimentos gigantescos justificará o atual apetite do mercado? Esse tema foi justamente o gatilho da volatilidade vista em novembro.
No Brasil, os futuros sinalizavam abertura pressionada pelo ambiente externo, mas com fundamentos locais mais favoráveis após a decisão do Copom. Como amplamente esperado, o Banco Central manteve a Selic em 15%, reforçando a atratividade do carry trade e dando suporte adicional ao câmbio e ao Ibovespa. O comunicado manteve o tom cauteloso, sem espaço neste momento para mudanças bruscas na comunicação, mas trouxe revisões baixistas relevantes para a inflação. O BC já admite a possibilidade de o IPCA convergir para o centro da meta no horizonte relevante (2T/27) já na primeira reunião de 2026, caso o cenário atual se mantenha.
Nos EUA, o Fed entregou mais um corte de 25 pontos-base e Powell reconheceu que o ciclo pode estar entrando em fase de “pausa”, embora tenha evitado descartar uma nova movimentação já em janeiro, afirmando que “haverá muitos dados até lá”. Sem pistas claras para as próximas decisões, o mercado segue calibrando expectativas entre um pouso suave ainda plausível e sinais de desaceleração mais intensa, agora agravados pela volatilidade do setor de tecnologia.