O dólar sobe com força e atinge máximas de R$ 5,41
Confira o movimento das bolsas e do dólar no mercado internacional, e no Brasil (às 08h30 de Brasília).
As bolsas na Ásia e na Europa abriram a quinta-feira sustentando o rali global, enquanto os futuros em Nova York mantêm leve alta, apoiados nas apostas de que o Federal Reserve deve cortar os juros já na próxima semana. O Stoxx 600 avança cerca de 0,3%, puxado por montadoras e industriais, e os índices asiáticos renovaram máximas de mais de duas semanas, liderados por gigantes japonesas como SoftBank. O S&P 500, que subiu em sete dos últimos oito pregões, indica abertura estável.
No mercado de juros, o clima é menos favorável: os yields globais voltaram a subir, com destaque para o Japão, após sinais de que membros do governo não devem se opor a uma elevação do juro na reunião deste mês. A taxa do Treasury de 10 anos sobe para a região de 4,08%. Ainda assim, o cenário de cortes de juros nos EUA e inflação sob controle sustenta o fluxo para ativos de risco, com investidores migrando também para setores defensivos, em meio a receios com valuations esticadas em tecnologia. O Russell 2000 (small caps) está a um passo de renovar recorde, enquanto o Nasdaq 100 permanece cerca de 2% abaixo do topo histórico.
Nos Estados Unidos, o mercado digere a possibilidade de Kevin Hassett, aliado do presidente Trump, assumir uma cadeira no Fed. O movimento levantou ruídos sobre eventual politização da política monetária, mas não foi suficiente para alterar o cenário-base de mais uma redução de 25 pontos-base na próxima quarta-feira (10), apoiado pelo dado mais fraco de emprego no setor privado.
No Brasil, o otimismo externo e a expectativa de corte de juros lá fora sustentaram mais um recorde do Ibovespa e nova queda do dólar. Porém, a curva de DI começa a precificar um Copom mais duro na comunicação diante das dúvidas fiscais e da instabilidade política. Hoje, a divulgação do PIB do 3º tri deve confirmar uma desaceleração da atividade, sem alterar o consenso de mercado de que a Selic só deve cair em março. Enquanto isso, a tensão renovada entre os Poderes adiciona ruído à agenda econômica em Brasília.