China comprou soja US
O dólar comercial registra alta consistente na abertura de hoje, refletindo o sentimento de forte aversão ao risco no exterior. Na máxima do dia bateu R$ 5,3810
A alta do preço da moeda norte-americana no Brasil acompanha o movimento global de valorização da divisa dos EUA frente as moedas de países emergentes. O dólar sobe 075% frente ao Rand da África do Sul e valoriza 0,25% frente ao Peso Mexicano.
Já o dollar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) se valoriza 0,1% e acumula forte alta de 1% na semana.
O movimento de alta do dólar ao redor globo é acompanhado da derrocada do mercado acionário no mundo, em um cenário claro de forte aversão ao risco.
Esse sentimento negativo para os ativos de renda variável reflete duas preocupações dos investidores.
Primeiramente, se trata das empresas de tecnologia de IA (Inteligência Artificial), que mesmo apresentando lucro acima do esperado gera temor sobre o mercado. O receio é que a valorização esse ano possa ter sido exagerada e que as dívidas estão aumentando demais, colocando em risco a performance econômica para os próximos trimestres.
Refletindo essa cautela, o índice Nasdaq tombou ontem 2,15% e hoje o Nasdaq futuro recua mais 0,7%. No mês o Nasdaq despenca 7,8%.
A outra preocupação dos investidores é com relação a possibilidade de o Fed manter inalterada a taxa de juros nos EUA na decisão de dezembro. Há um mês o mercado dava como certo novo afrouxamento monetário na maior economia do mundo na última reunião do ano (10/dez).
Porém, falas recentes de membros do Fed colocando em xeque essa possibilidade foram reduzindo as chances de queda de juros no mês que vem. E ontem, o resultado bem acima do esperado para o Payroll aumentou a possibilidade de manutenção de juros na terra do tio Sam até om fim do ano.
Referente a setembro, os EUA criaram 119 mil novas vagas de trabalho, muito acima da expectativa dos analistas (51 mil). O número sugere que o mercado de trabalho está se recuperando, o que reduz a janela de corte de juros pelo Fed e impacta negativamente os ativos de renda variável.
Se há um mês os investidores viam 100% de probabilidade de queda de juros, hoje essa possibilidade está em apenas 41%, segundo o FedWatch.
Portanto, a alta do dólar no Brasil está totalmente ligada a aversão ao risco no exterior e ignora a notícia de ontem, na qual os EUA zeraram a tarifa adicional de 40% para produtos importados do nosso país, como café, carne bovina, frutas e outros. Essa notícia deveria trazer ganhos aos nossos ativos, mas a aversão ao risco no exterior fala mais alto.
