PSF: 20_10_2025
O dólar comercial estende a queda pela terceira sessão seguida nessa quarta-feira e já opera abaixo de R$ 5,35.
A queda no Brasil ocorre diante da expectativa do aumento no diferencial de juros entre Brasil e EUA.
Hoje, a autoridade monetária dos EUA deverá cortar em 0,25 p.p. a taxa básica de juros da maior economia do mundo, levando-a para entre 3,75% e 4,00%. Com esse movimento, o diferencial de juros entre Brasil e EUA deverá subir para 11 pontos percentuais, tornando os títulos públicos do nosso país ainda mais atrativos.
Vejam no gráfico abaixo que um diferencial de juros dessa magnitude é bastante elevado comparado o histórico dos últimos 25 anos. A média de diferencial de juros nos últimos 25 anos entre os países foi de 10,25 p.p. e nos últimos 5 anos de apenas 6,7 pontos percentuais. Ou seja, 11 p.p. de diferencial é bastante significativo e atrativo.

Com um diferencial tão elevado assim, fica difícil o dólar ter força de alta no fim do ano, mesmo que esse período seja sazonalmente altista por conta das remessas de lucro para o exterior. O ano de 2025 sinaliza ser parecido com o ano de 2023, quando o dólar não subiu no último trimestre daquele ano. Pelo contrário, acabou depreciando.
Somente uma forte aversão ao risco no exterior poderia trazer alguma força ao dólar nesse fim de ano. Mas com os EUA e China encaminhando no curtíssimo prazo um acordo comercial, fica mais difícil esse cenário de forte aversão ao risco.
Voltando a decisão de juros hoje nos EUA, é certo o corte de 0,25 p.p. e os investidores estarão atentos a coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, na expectativa que ele sinalize mais um corte de juros na decisão de dezembro. Se de fato ele fizer essa sinalização, o dólar comercial tende a buscar a testar no curtíssimo prazo o suporte no R$ 5,30.
