O mercado do milho está mudando
Macro: O dólar opera em alta nesta terça-feira. A revisão anual do payroll apontou 911 mil empregos a menos até março, acima da expectativa de 700 mil, reforçando sinais de desaceleração econômica nos EUA. O dado aumenta as apostas em corte de juros, tema já citado por Powell para a reunião de 16 e 17 de setembro. No Brasil, atenção ao STF, que retomou o julgamento do núcleo da trama golpista, com expectativa de desfecho até sexta-feira. A tensão diplomática entre Brasil e EUA adiciona cautela. Ontem, investidores já evitaram movimentos relevantes em câmbio e juros futuros.
CBOT
Soja e Milho: Mais um dia de forte alta para os futuros do farelo na CBOT. O movimento é pontual, diante da parada de algumas fábricas nos EUA, reduzindo a oferta no curto prazo. Mesmo assim, a soja não encontra ímpeto de alta. O mercado segue atento a ausência de compras de soja americana pela China. Os estoques de soja nos portos chineses atingiram recorde de 9,8 Mi t na semana passada, reflexo do forte fluxo da América do Sul. O movimento repete 2024, mas não se trata de estratégia para evitar compras nos EUA. Entenda no post a seguir.
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Fertilizantes: No Brasil, ainda restam 8 a 10% da soja 2025/26 e mais de 50% do milho safrinha 2026 em aberto, enquanto já surgem interesses pelo milho 2027. No Mato Grosso, produtores vendem milho 2026 para custear o adubo da safra seguinte. Rumores recentes indicam possíveis negócios para 2027, favorecidos pela queda dos nitrogenados e sustentação do milho. Hoje, é mais fácil fechar milho 2027 do que soja 2026/27. Para avançar, falta a liberação das listas de fertilizantes para o segundo semestre de 2026.
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B3
Milho: Mesmo com um dólar em alta, os preços do milho não encontram forças para subir na B3. A queda do cereal em Chicago, também acaba pesando sobre o ativo. No spot, porém, o milho segue com preços firmes, diante da postura de cautela dos produtores e da dificuldade dos compradores em fechar negócios. Em Goiás e Minas Gerais, a procura pelo milho tributado também sustenta os preços, reforçando a pressão sobre o mercado paulista. Mesmo com oferta e frete que poderiam sugerir queda, o cenário não se confirma.
Clima: As projeções climáticas desta terça-feira seguem indicando chuvas concentradas no Sul, principalmente no PR e MS, enquanto as demais regiões permanecem secas. A partir da semana do dia 15, há chance de precipitações irregulares, com cenário mais favorável somente após o dia 20, quando as chuvas tendem a se espalhar por MT, GO e Triângulo Mineiro. Essa irregularidade está ligada ao fortalecimento da La Niña, que espaça os períodos de chuva, alternando entre semanas úmidas e secas. Diferente de 2024, as precipitações devem se consolidar um mês antes, permitindo o início do plantio já em setembro.
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