A semana foi marcada por frustrações para os programas americanos de exportação
O dólar comercial registra desvalorização pela quarta sessão seguida nessa quarta-feira. Diante desse movimento, a moeda norte-americana busca se consolidar hoje abaixo do suporte psicológico de R$ 5,50.
A queda do dólar no Brasil acompanha o movimento global de depreciação da divisa norte-americana.
No exterior, o dólar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) recua 0,32% hoje e acumula queda de 1,52% nas últimas quatro sessões. Em relação as moedas emergentes, o dólar perde hoje entre 0,35% e 0,70%.
Esse recuo do dólar nos últimos dias ocorre por conta da expectativa de corte de juros nos EUA na próxima reunião do Fomc (17/set). Segundo o CME FedWatch, o mercado espera três cortes de juros de 0,25 p.p. até o final do ano, o que levaria da taxa de juros da maior economia do mundo dos atuais 4,50% para 3,75% em dezembro de 2025.
E é essa expectativa de corte de juros que pressiona o dólar ao redor do mundo.
A possibilidade de três cortes ganhou força após dados muito fracos do Payroll divulgados na última sexta-feira. Com o mercado de trabalho enfraquecendo, o Fed passa a ter cenário para reduzir a taxa de juros nas três últimas decisões desse ano.
Portanto, a queda do dólar no Brasil está diretamente ligada a depreciação global do dólar, apesar das incertezas que pairam sobre a economia brasileira. A despeito do cenário interno de cautela (guerra comercial com EUA), o fluxo estrangeiro tem feito preço, refletindo o diferencial de juros entre Brasil e EUA que tendem a aumentar ainda mais até o final de 2025.
Como o Copom deverá manter a taxa Selic a 15% pelo menos até o fim desse ano, o diferencial de juros entre os países que está hoje em 10,5 p.p., deverá subir para 11,25 p.p., configurando uma grande atratividade para os títulos de renda fixa do Brasil.