PSF: 19_05_2025
Macro: A sexta-feira é de alta para o dólar e desvalorização do Ibovespa. A divisa americana sobe frente ao rea, impulsionado por preocupações fiscais no Brasil e tensões comerciais entre EUA e China. A disputa pela formação da Ptax no fim do mês também influencia os mercados. No exterior, o PCE dos EUA veio em linha com o esperado, mas a indecisão quanto às tarifas de Trump acentuou o clima de incerteza. No Brasil, o PIB do 1º tri de 2025 cresceu 1,4% frente ao 4º tri de 2024 e 2,9% na base anual, dentro do esperado. O resultado reforça a expectativa de pausa na Selic em junho.
CBOT
Soja: Dia de forte queda para o óleo e a soja na CBOT. Rumores de que a EPA pode conceder isenção no mandato de biocombustíveis a pequenas refinarias. Caso confirmado, a medida reduziria a demanda por biodiesel nos EUA, resultando no menor crescimento ou até mesmo, gerando queda na demanda por óleo de soja no mercado interno. A mudança enfraquece o impulso do pacote legislativo de Trump (o “Big Beautiful Bill”) e do crédito 45Z.
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Milho: Os futuros do milho enfrentam uma desvalorização de mais de 3% no acumulado semana. A expectativa de melhora do clima nos EUA – mais quente e mais seco para os próximos dias – traz a perspectiva de bons avanços no plantio da safra 2025/26 e desenvolvimento inicial das lavouras. Mesmo com especulações no mercado de que o USDA possa revisar para a baixo a área e produtividade do milho americano para a nova temporada, é esperado uma grande oferta para os próximos meses. Somado a isso, a forte competitividade do milho do BRA e UKR, acabam gerando pressão adicional ao ativo.
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Opinião: O mercado de milho está mudando
Trigo: Seguindo o movimento baixista do milho, o trigo também acaba recuando no acumulado semanal. Mesmo com algumas preocupações pontuais com o clima no Hemisfério Norte, nesta semana, boa melhora para as condições climáticas da UE e China, trazendo alívio para a oferta global da safra 2025/26. Além disso, a Sovecon aumentou suas estimativas de produção e exportação do trigo russo. Nos EUA, o cereal opera com ganhos moderados nesta sexta-feira, com o mercado ainda digerindo a piora das condições das lavouras de inverno no último relatório do USDA.
B3
Milho: Com um dólar mais forte, o milho negociado na B3 acaba ganhando suporte nesta sexta-feira. Por outro lado, os ganhos acabam sendo limitados, devido a pressão nos preços da soja e milho na CBOT. Com a entrada da colheita do milho safrinha, o milho brasileiro voltou a ficar competitivo na exportação, aumentando o interesse dos compradores internacionais. Nessa semana, o Brasil ganhou um tender para fornecimento de milho à Ásia, o que acabou aumentando a pressão sobre o milho americano.
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Mercados na Ásia: A moleza para o milho americano acabou
Clima: A semana foi marcada por frio intenso no Sul do Brasil e Argentina, com geadas pontuais e temperaturas entre 1°C e 3°C, sem danos relevantes ao milho safrinha. A partir do fim de semana, o clima esquenta e o tempo aberto favorece a colheita no Paraná e Centro-Oeste. No início da próxima semana, uma nova frente fria pode desacelerar os trabalhos. Outra massa de ar polar chega por volta de 10 de junho, mas com menor intensidade. No geral, o clima segue positivo para as lavouras de inverno.