PSF: 19_05_2025
Após registrar queda na véspera, o dólar comercial volta a subir nessa quarta-feira e se aproxima de R$ 5,70.
Apesar de acompanhar o movimento de valorização no exterior, a alta da moeda norte-americana no Brasil é mais intensa comparada ao Dollar IDX (+0,18%) e aos seus pares emergentes (0,2% a 0,4%).
O foco do mercado está voltado para o cenário local, dividido entre agenda econômica e cenário fiscal.
Do lado da agenda econômica, teremos hoje a divulgação de dados do mercado de trabalho do Caged referente ao mês de abril às 14:30 (Brasília). Os analistas esperam uma criação de 175 mil postos de trabalho com carteira assinada, bem acima dos 71,58 mil reportado em março.
Caso confirme a expectativa, o número sinalizará um mercado de trabalho ainda aquecido apesar da taxa Selic estar no nível mais alto em quase 20 anos. E o aquecimento do mercado de trabalho tende a dificultar uma desaceleração da inflação e, consequentemente, a necessidade de uma taxa de juros muito elevada por um período prolongado.
Esse quadro empurra para cima a curva de juros futuro, valorizando por sua vez o dólar.
Já no lado da política fiscal, o governo enfrenta nessa semana oposição de empresários e congressistas brasileiros contra o aumento do IOF anunciado na semana passada.
Além de membros da oposição, até políticos do governo sinalizam que devem votar favorável a derrubada da cobrança do IOF. Vale lembrar que o governo espera arrecadar esse ano R$ 20 bilhões com o aumento do imposto sobre operações financeiras no país.
Caso o governo sofra uma derrota essa semana no Congresso que derrube a cobrança maior de IOF, terá que buscar novos meios de garantir a meta fiscal desse ano. Ou seja, terá que cortar na carne esse montante ou buscar nova fonte de receita que cubra esse valor.
Como o governo não sinaliza para corrigir o fiscal via corte de gastos, os investidores temem que o governo possa alterar outros impostos a fim de aumentar a sua arrecadação.
Portanto, receio com dado de mercado de trabalho forte e preocupação com a política fiscal do país, traz movimento de alta consistente ao dólar no Brasil no dia de hoje.