PSF: 14_04_2025
O dólar comercial engata a quinta sessão seguida de queda nessa quinta-feira e tenta pelo segundo dia consecutivo “furar” para abaixo de R$ 5,70. Ontem tentou, mas no fim dos negócios não conseguiu romper esse importante suporte.
O movimento de baixa do dólar no Brasil acompanha a depreciação global da moeda norte-americana.
O dólar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) recua nesse momento 0,46% e volta a operar perto do suporte em 99 pontos (cotado a agora 99,16 pontos). Já as divisas de países emergentes também sobem frente ao dólar, variando entre 0,2% e 0,8% os ganhos.
A queda global do dólar reflete a perda de confiança nesse momento sobre a moeda norte-americana, por conta das idas e vindas sobre o plano tarifário do governo Donald Trump.
Na terça-feira, o presidente Trump havia dito que esperava fazer um bom acordo com a China. Mas nessa madrugada, o Ministério do Comércio chines disse que não há nenhuma negociação em curso e que só o farão se os EUA retirarem imediatamente todas as tarifas impostas ao longo desse mês sobre o seu país.
Diante desse comentário, volta-se a estaca zero na expectativa de um acordo no curto prazo entre as duas maiores economias do mundo e traz receio sobre recessão nos EUA, penalizando o valor do dólar ao redor global. Aumento de chance de recessão, eleva expectativa por uma política monetária mais frouxa e, consequentemente, um valor do dólar mais fraco.
Também contribui para a queda global do dólar, o relatório divulgado nessa manhã pelo banco Goldman Sachas, que prevê queda adicional ao dólar IDX por conta do enorme déficit de US$ 1,1 trilhão na Transação Corrente dos EUA.
Diante desse déficit, a maior economia do mundo se vê obrigada a equilibrar as contas externas via conta capital e financeira, mas que com a guerra comercial atual, o país poderá ter maiores dificuldades de financiar seu déficit em Transações Correntes, o que também é negativo para o valor do dólar.
Voltando ao dólar comercial no Brasil, vale salientar que os gráficos curtos (30, 60, 120 e 240 minutos) estão sobrevendidos pelo estudo IFR, o que sugere necessidade de ajuste técnico para cima ao longo do dia. Por conta disso, o dólar comercial poderá vir a falhar novamente em romper o forte suporte em R$ 5,70. Mas o viés para curto prazo segue de baixa para a moeda norte-americana, mirando renovar a mínima de fechamento desse ano que foi no dia 02 de abril (R$ 5,6290).