Panorama Semanal dos Fertilizantes
Os programas do milho e da soja nos EUA estão à frente do ano passado. O principal motivo é a redução da oferta no Brasil – para ambos.
No caso do milho, o mercado interno no Brasil continua pagando bem acima do custo de originação. O programa do milho está 19 milhões menor que no ano passado, abrindo espaço para os EUA bem mais cedo nessa temporada. México tem comprado muito, mas também Europa e Ásia – o milho do PNW vem ganhando os últimos tenders para Coreia. Hoje a Coreia comprou milho entrega fevereiro, provavelmente no PNW.
No caso da soja é o efeito da quebra de safra e um programa de exportação que cresceu de forma muito rápida, enxugando o mercado – apenas Rio Grande dá conta. No entanto, tradings estão ofertando Itaqui e Santos para cumprir com TOP´s (baita prejuízo). No geral, o Brasil continua vendendo soja para embarque dezembro, porém volumes bem reduzidos.
O programa da soja está em 95 milhões de toneladas, 3,5 milhões menor que no ano passado – esse volume confirma uma safra entre 154,5 milhões e 155 milhões de toneladas.
As vendas de óleo estão fortes. Semana passada Índia comprou 30 mil toneladas. O óleo americano está barato em relação a Argentina. O programa de exportação de óleo está em 233 mil toneladas, sendo que a projeção do USDA é de 270 mil – o USDA deve revisar as exportações para cima.
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PROGRAMAS
Milho: O ritmo de crescimento do programa do milho está bem mais forte. O crescimento começou bem mais cedo que o esperado. O milho americano está dando conta para Ásia, o que não é normal. Nas últimas semanas o milho do PNW ganhou tender para Coreia do Sul, com uma diferença para o Brasil de 15-20 centavos por bushel – embarque janeiro contra dezembro.
O programa do milho está em 28,6 milhões de toneladas, 36% maior que o programa anterior – o USDA projeta crescimento de apenas 1,5%. O crescimento do programa está muito forte para um início de temporada. Compradores descobertos e Brasil sem milho.
Soja: O programa da soja também está mais adiantado. Até a semana do dia 31 o programa chegou a 28,4 milhões de toneladas, 17% acima do ano passado – o USDA projeta crescimento de 8,7%. Para a soja a continuidade do ritmo mais forte de crescimento é bem mais incerto que no caso do milho. Dependerá muito da demanda da China e do pós-eleição. A China está comprando bem, assim como Europa. A margem na China melhorou essa semana – óleos estão ajudando.
Hoje as compras da China retornaram. Trades nos EUA para Nov-Dez no Golfo e PNW Dez. Embarques curtos, para chegar antes do dia 20 de janeiro – posse do Trump. Compras de soja no Brasil para dezembro, fev-mar, abril e junho. Diria que essa vai ser a toada – mais compras no Brasil e compras nos EUA para embarque curto-curtíssimo, o que vai limitar o volume.