PSF: 16_12_2024
Confira o movimento das bolsas e do dólar no mercado internacional, e no Brasil (às 08h30 de Brasília).
Esta semana traz uma série de indicadores econômicos e questões políticas de grande relevância. Para começar, temos o aguardado resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, que começará a ser divulgado a partir de quarta-feira. Em alguns estados, o desfecho é praticamente certo, com clara inclinação republicana ou democrata, mas a atenção se concentra nos sete estados-pêndulo, que somam 93 delegados e mantêm o resultado em aberto.
O desfecho dessa eleição promete adicionar volatilidade aos ativos globais, com cada candidato favorecendo classes de ativos específicas que devem valorizar-se de forma distinta. Além das eleições, o calendário nos EUA inclui a reunião do Federal Reserve (FED), geralmente realizada na quarta-feira. Contudo, devido à relevância das eleições, a decisão — que provavelmente trará um novo corte na taxa de juros da maior economia do mundo — foi adiada para quinta-feira.
No Brasil, também teremos uma decisão importante de política monetária. O Comitê de Política Monetária (COPOM) deverá elevar novamente a taxa Selic. Com o FED cortando e o COPOM subindo a taxa, o diferencial de juros entre as duas economias aumenta, o que deveria teoricamente pressionar o dólar para baixo em relação ao real. No entanto, não é isso o que estamos observando: na sexta-feira, o câmbio encerrou no terceiro maior patamar de fechamento da história, refletindo o descontrole das contas públicas e a falta de prioridade do governo em relação ao tema.
Na semana passada, o mercado não reagiu bem às declarações do ministro Haddad, que afirmou não entender a pressão do mercado. Com a forte depreciação do real nos últimos dias, o problema parece ter se agravado. Haddad planejava viajar para a Europa nesta semana, mas foi convocado para reuniões fiscais nesta segunda-feira, junto ao Ministro da Casa Civil e ao presidente Lula. O governo precisa apresentar um plano concreto para o controle de gastos — promessas e reuniões já não bastam.