O dólar comercial iniciou essa sexta-feira em queda, mas a divulgação do IPP (Índice de Preço ao Produtor) nos EUA trouxe uma virada para a moeda norte-americana em nosso país. Com a alta, o dólar comercial passa a ser negociado acima de R$ 5,60 nesse momento.

• USDBRL: +0,88% @ 5,6361

No primeiro momento, o resultado do IPP de setembro trouxe queda para o dólar no Brasil, atingindo na mínima do dia R$ 5,5590. Os dados na variação mensal ficaram abaixo do esperado.

O índice cheio registrou alta de 0,1% ante expectativa de 0,2%. Já o índice núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, reportou alta mensal de 0,2%, abaixo do 0,3%.

Porém, os dados no acumulado em 12 meses superaram as projeções, o que acabou motivando a virada do dólar no exterior e no Brasil.

O índice cheio subiu 1,8% em 12 meses ante estimativa de 1,6%. E o núcleo subiu 2,8% contra projeção de 2,7%.

O dado mais relevante é o acumulado em 12 meses e, por isso, houve essa reviravolta no valor da moeda norte-americana.

Os dados de inflação (Consumidor e Produtor) e do mercado de trabalho reportados nessa primeira quinzena de outubro virem todos acima do esperado, o que tende a levar o Fed a ser mais cauteloso no ritmo de queda de juros nos EUA nas próximas decisões do Fomc.

Antes dos dados do Payroll, o mercado via 40% de chance de novo corte de 0,5 p.p. na taxa de juros na maior economia do mundo. Após a divulgação desses indicadores, a chance agora é zero. E para agravar o quadro, parte do mercado já enxerga a possibilidade de o Fed manter a taxa de juros inalterada em novembro, o que tem dado força ao dólar ao redor do mundo nesse mês de outubro.

Reforçando essa visão, o dólar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) acumula forte alta de 2,3% no mês. 

A aposta majoritária do mercado é que o Fed ainda corte 0,25 p.p. no próximo dia 06, mas a chance de estabilidade vem crescendo.

Agora o mercado aguarda pelas falas dos presidentes regionais do Fed nos próximos dias, para calibrarem suas apostas. A certeza é que o dólar seguirá muito volátil até o final do ano, com os investidores atentos para onde a taxa de juros nos EUA irá até o fim de 2024 e o primeiro semestre de 2025.

Para termos expectativa sobre a taxa de juros nos EUA, fiquem atentos ao rendimento dos títulos do Tesouro norte-americanos. Se os rendimentos sobem, o dólar sobe de valor. E se caem, o dólar perde valor. Essa semana eles só subiram.

Os títulos de 2 anos passaram de 3,705% na quinta-feira passada para 3,955% nesse momento. E o de 10 anos, saltou de 3,846% para 4,093% nesse período.