Panorama Semanal dos Fertilizantes
Após oscilar entre ganhos e perdas nas duas primeiras horas de negociação, o dólar comercial passou a cair, estendendo o movimento das duas sessões anteriores e opera agora abaixo de R$ 5,60
A depreciação da divisa norte-americana no Brasil segue o movimento externo de valorização das moedas emergentes, com destaque para o Peso Mexicano que sobe 0,9%.
Os ganhos das moedas emergentes refletem a depreciação do Iene (moeda do Japão) frente ao dólar, sinalizando apetite por operações de carry trade (arbitragem de juros).
Recentemente, o Iene vinha em forte valorização frente ao dólar, por conta da sinalização do Banco Central japonês de que não haveria teto para alta de juros naquele país. Porém, ontem o vice-presidente da autoridade monetária japonesa disse que não irão elevar a taxa de juros enquanto o mercado acionário e de moedas do país seguir volátil. Essa declaração levou o Iene a desvalorizar 1,36% na quarta-feira, o que ajudou o dólar a cair aqui no Brasil.
E hoje o Iene segue em queda, após dado abaixo do esperado para novos pedidos de auxílio desemprego nos EUA, o que reduz o risco de recessão na maior economia do mundo e valoriza o dólar frente as moedas de países desenvolvidos.
Além da questão externa, o dólar recua no Brasil também refletindo o noticiário interno. Na terça-feira o Copom divulgou a ata da sua última reunião e foi claro em dizer que se for necessário não hesitará em elevar a taxa de juros. A forte desvalorização da moeda brasileira esse ano eleva o risco de inflação e piora as expectativas inflacionárias, o que levaria o Copom a voltar a subir juros em nosso país.
Segundo os grandes bancos do Brasil, o dólar precisa recuar para R$ 5,40 ou abaixo desse nível para que o Copom não venha a elevar a taxa de juros. Acima desse patamar, seria necessário um aperto monetário de 0,5 p.p., o que levaria a taxa Selic para 11%.
Diante da possibilidade de alta de juros no Brasil e expectativa do início do ciclo de corte de juros na terra do tio Sam, o diferencial de juros entre o nosso país e os EUA aumentaria, tornando nossos títulos de renda fixa atrativos para carry trade, trazendo fluxo estrangeiro para o Brasil.
Portanto, a melhora do cenário externo (queda do Iene e expectativa de corte de juros nos EUA) e possibilidade de alta de juros no Brasil, traz o dólar nessa quinta-feira abaixo de R$ 5,60. Apesar da queda de terça para cá, o valor do dólar em nosso país segue muito elevado por conta do risco fiscal.