Mercado de P...
A moeda norte-americana estende nessa quarta-feira o movimento de correção, após a disparada ao longo do mês de junho. Com a queda de hoje, passa a operar abaixo de R$ 5,40.
As falas do presidente Lula contra a atual política monetária do Banco Central e o risco fiscal, levaram o dólar a disparar no mês passado, com a cotação chegando a bater na máxima intradiária R$ 5,70 na terça-feira passada.
Com essa forte apreciação acumulada da divisa dos EUA em nosso país, o presidente Lula abaixou o tom contra o Banco Central e autorizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a realizar um corte de R$ 25,9 bilhões no orçamento do ano que vem e também a realizar cortes esse ano, afim de cumprir a meta de superavit primário estipulado no Arcabouço Fiscal.
A sinalização de corte de gastos reduzindo o risco fiscal, trouxe forte queda para o dólar desde então, acumulando forte baixa de quase R$ 0,30 entre o fechamento da última terça-feira (R$ 5,66) e a cotação atual.
A queda ainda não é maior porque o governo precisa entregar o que prometeu em relação ao corte gastos. Caso se concretize a redução das despesas, o dólar tem espaço para cair mais R$ 0,20 sem dificuldade.
Se compararmos ao movimento dos pares do Real no exterior, o dólar no Brasil deveria estar hoje na casa de R$ 5,10. Porém, enquanto o governo não entregar o que prometeu, esse nível seguirá distante.
Agora é aguardar que o governo entregue o que prometeu, pois do contrário, a tempestade vista em junho voltará com mais força ainda.
O governo não pode errar e ficar apenas discurso, sob o risco de o dólar voltar a subir e com isso, a inflação disparar no país. Afinal, dólar para cima é inflação para cima. E alta dos preços no Brasil derruba popularidade do governo. Portanto, se o presidente Lula não quiser ver seu governo desmoronar, que cumpra o que prometeu. No momento, ganhou voto de confiança do mercado, mas por tempo limitado e curto.