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🚨ALERTA 1: Dólar comercial se aproxima de R$ 5,40

Por: Equipe Agrinvest
Alerta, Macro
Publicado em: 10/06/2024 10:49

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O dólar comercial opera em forte alta hoje pelo segundo dia consecutivo, se aproximando do patamar de R$ 5,40. Na máxima dessa segunda, bateu R$ 5,3890.

  • DÓLAR COMERCIAL: +1,04% @ 5,3802

A forte apreciação da moeda norte-americana no Brasil reflete piora do quadro externo e interno.

Lá fora, o resultado acima do esperado para criação de postos de trabalho nos EUA (Payroll) na sexta-feira (07) trouxe forte alta ao dólar ao redor do globo naquela sessão, com o dólar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) subindo quase 0,8%. Já as moedas emergentes sofreram ainda mais, com perdas entre 1% e 2,2% ante a divisa dos EUA.

Os dados do mercado de trabalho divulgados no dia 07 sinalizam um aquecimento, reduzindo a chance de o Fed cortar duas vezes a taxa de juros esse ano.

Antes da divulgação do número do Payroll, os investidores viam 41% de chance de dois cortes de juros até o fim de 2024 contra 27% de possibilidade de apenas um corte. Após a divulgação dos números o quadro virou, com 38% de probabilidade de um corte ante 37% de chance de dois cortes.

Redução na expectativa no número de quedas da taxa de juros nos EUA penaliza o preço dos ativos de risco, especialmente, em países emergentes, já que os investidores tendem a ficar mais comprados em dólar como segurança, diante de uma política monetária mais restritiva.

Mas não é só o cenário externo que tem impulsionado o dólar no Brasil. Por aqui, o aumento da percepção de pior do cenário fiscal também contribui para a disparada do preço da moeda norte-americana.

Os ruídos fiscais iniciaram ainda no fim de abril, quando o governo alterou de 0,5% para 0% a meta do resultado primário para 2025. Mudar a regra do jogo com a partida em andamento nunca é um bom sinal, e passou a mensagem ao mercado que o governo não tem comprometimento com a saúde das contas pública.

Para piorar esse quadro, na tarde da última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que é o presidente Lula que irá definir se será realizado cortes nos gastos do governo para o orçamento de 2025 para cobrir o aumento das despesas com previdência e gastos pessoais no ano que vem. Seu comentário gerou tensão de que já está ruim para as contas públicas pode piorar ainda mais no próximo ano.

Esse comentário gerou uma forte pressão de alta ao dólar no fim dos negócios na sexta, quando o dólar saiu de R$ 5,30 para R$ 5,34.

E hoje mantém esse viés altista, após abrir em queda. Enquanto não houver uma sinalização por parte do Fed de quando começarão a reduzir a taxa de juros nos EUA e o governo não sinalizar um mínimo de responsabilidade fiscal, o dólar seguirá volátil e destoando do seu fundamento baixista (balança comercial bastante superavitária e Selic acima de 10%).

O começo de 2024 tinha um cenário positivo para os ativos brasileiros, mas ao chegarmos na metade do ano, o quadro é completamente diferente. O Fed não vai cortar seis vezes os juros. Se for duas já será muito. E a situação fiscal do Brasil segue dando sinais de piora.

É a tempestade perfeita atingindo os nossos ativos e provocando uma forte depreciação de 10,9% para a moeda brasileira em 2024, enquanto o Ibovespa tomba 10% esse ano.

Para essa semana, muita atenção a super quarta-feira nos EUA, quando teremos a divulgação de dados de inflação ao consumidor e decisão do Fomc.

No lado gráfico, importante salientar, que o gráfico diário já está sobrecomprado, o que na teoria, sugere pouco espaço para alta no curtíssimo prazo. Mas após o ajuste, pode voltar a subir se o cenário externo e interno seguir deteriorando.

 


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