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🚨 ALERTA 5: Copom poderá reduzir ritmo de corte de juros a partir de junho

Por: Equipe Agrinvest
Alerta, Macro
Publicado em: 20/03/2024 19:53

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O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Brasil acabou de definir a meta da taxa Selic para os próximos 49 dias. Em linha com a ampla expectativa do mercado, a taxa de juros no Brasil foi reduzida em 0,50 p.p., recuando de 11,25% para 10,75%, menor nível desde janeiro de 2022 (9,25%).

Dessa forma, a nossa autoridade monetária manteve pela sexta reunião consecutiva o ritmo de afrouxamento monetário que havia iniciado na decisão de agosto do ano passado. Vale salientar também, que novamente a decisão foi unanime entre os nove membros votantes.

A contínua desaceleração da inflação acumulada em 12 meses nos últimos meses e recuo recente na expectativa inflacionária para esse ano, 2024 e 2025, foi um fator crucial para a continuidade do afrouxamento monetário no Brasil.

Há três meses atrás, o mercado projetava IPCA de 3,90% para esse ano. Na última estimativa (15/março) havia recuado para 3,79%, se distanciando ainda mais do teto da meta que é de 4,50%. Já para 2025, a projeção está em 3,52%, sinalizando continuidade da desaceleração e reforçando uma perspectiva de um cenário benigno para a inflação no país para o médio e longo prazo.

Portanto, a somatória da inflação em patamar baixo e expectativa inflacionária positiva, abriu espaço para que a nossa autoridade monetária pudesse ter estendido hoje o ciclo de afrouxamento de juros no Brasil.

Em linha com essa visão, a nossa autoridade monetária disse: “Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 10,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”.


COPOM SINALIZA MAIS UMA QUEDA DE 0,5 P.P. EM MAIO. PORÉM, DEIXA EM ABERTO JUNHO

A expectativa inflacionária ancorada abaixo do teto da meta permite ao Banco Central seguir sinalizando a manutenção do ritmo de corte da taxa de juros na próxima reunião, que será no dia 08 de maio.

Porém, ao contrário do que vinha sinalizando nos últimos comunicados, deixou em aberto a possibilidade de reduzir o ritmo de corte de juros na decisão do dia 19 de junho. Anteriormente, a autoridade monetária brasileira vinha sinalizando manutenção do ritmo de corte de juros para duas reuniões à frente. Dessa vez, comentou de apenas para a próxima decisão.

Veja a parte do texto divulgado junto com a decisão: “O Comitê avalia que o cenário-base não se alterou substancialmente. Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião. O Comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”

O aumento da incerteza comentado pelo Copom se trata do cenário externo. Nesse parágrafo do comunicado fica clara a preocupação do Banco Central brasileiro: “O ambiente externo segue volátil, marcado pelos debates sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e a velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.”

O cenário interno é outro ponto de atenção, pois os dados recentes de atividade econômica como vendas no varejo e criação de postos de trabalho, ficaram muito acima do esperado, o que traz preocupação junto ao mercado de que a demanda interna mais forte possa trazer alguma pressão inflacionária ao longo de 2024.

Portanto, o Copom segue com espaço para seguir a taxa de juros no Brasil nas próximas reuniões, porém, poderá adotar uma postura mais parcimoniosa a partir de junho caso as incertezas colocadas acima se mantenham ou aumentem.

Dessa forma, o cenário para taxa de juros terminal esse ano em 9% vai perdendo força e vai ficando mais provável que tenhamos a taxa Selic encerrando 2024 em torno de 9,5%. Mas claro, se houver melhora no quadro externo e o bom ritmo de demanda interna não trouxer pressão inflacionária, haverá espaço para reduzir os juros a 9%.

Por ora, de forma correta, o Copom deixou em aberto qual será a taxa de juros ao final do ano, que poderá ficar entre 9% e 9,75% a depender do cenário interno e externo.


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