O Banco Central do Brasil divulgou na manhã dessa segunda-feira o relatório semanal do Boletim Focus, que trouxe as projeções atualizadas até o dia 27 de outubro das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes.

As atualizações das projeções para 2023 na semana passada foram em linha com o observado na semana retrasada, ao apresentar queda nas expectativas para o IPCA e PIB, enquanto as estimativas para a taxa Selic e a taxa de câmbio ao final de 2023 foram mantidas inalteradas.

O destaque do relatório ficou novamente para o recuo na projeção do IPCA desse ano, que cedeu de 4,65% na semana retrasada para 4,63% na sexta passada. Dessa forma, a expectativa inflacionária para esse ano vai se distanciando para baixo do teto da meta (4,75%). A projeção atual é a menor desde o dia 08 de julho do ano passado, quando foi de 4,49%.

Resultado em linha com o esperado para o IPCA-15 de outubro e reajuste para baixo no preço da gasolina anunciado na semana retrasada pela Petrobrás, motivaram essa nova queda na projeção inflacionária desse ano.

Pela segunda semana consecutiva, a estimativa para o crescimento do PIB desse ano registrou uma queda marginal, recuando de 2,90% para 2,89%. O resultado pior que o esperado para o IBC-Br de agosto que foi reportado na sexta-feira retrasada motivou esse recuo.

Divulgado pelo Banco Central, o IBC-Br do oitavo mês do ano reportou contração mensal de 0,77% ante expectativa de queda de 0,3%.

O mercado manteve em 11,75% ao ano a projeção para a taxa Selic ao final desse ano, sendo a décima segunda semana de estabilidade na expectativa para a taxa de juros no país.

As sinalizações recentes do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a taxa de juros no país deverá sofrer mais dois recuos de 0,5 p.p. nas duas últimas decisões do Copom nesse ano, está em linha com taxa Selic encerrando 2023 em 11,75% ao ano.

Essa semana teremos decisão do Copom no dia 01º de novembro e caso não haja novidades, a projeção para Selic deverá seguir inalterada até o final desse ano.

A taxa cambial ao final desse ano também foi mantida inalterada em R$ 5,00. Forte fluxo comercial dificulta o dólar buscar patamares mais elevados, acima de R$ 5,10, enquanto as incertezas externas impedem uma queda mais pronunciada do dólar em nosso país.

Ademais, a volta do risco fiscal diante da fala do presidente Lula na última sexta-feira, também dificulta o dólar de buscar patamares de R$ 4,90 ou abaixo disso nesse momento. Lula disse que será quase impossível o governo entregar resultado primário zerado no ano que vem e que não vai cortar investimentos para atingir essa meta fiscal.

Para 2024 houve aumento marginal na projeção do IPCA, saltando de 3,87% para 3,90%. Diante das incertezas externas de política monetária nos países desenvolvidos e risco fiscal no Brasil, os analistas elevaram de 9,00% para 9,25% suas projeções de taxa Selic ao fim do ano que vem. A taxa de câmbio ao fim de 2024 foi mantida em R$ 5,05, assim como a projeção do PIB ficou inalterada em 1,50%.

ABAIXO A EVOLUÇÃO DAS ESTIMATIVAS AO LONGO DOS ÚLTIMOS 17 MESES