PSF: 05_05_2025
O Banco Central do Brasil divulgou há pouco o relatório semanal do Boletim Focus, que trouxe as projeções atualizadas até o dia 08 de setembro das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes.
Os movimentos das projeções para 2023 apresentaram altas nas expectativas para o PIB, o IPCA e a taxa de câmbio ao final desse ano. Já a expectativa para a taxa Selic ao final de 2023 foi mantida inalterada pela quinta semana seguida.
O destaque do relatório ficou para o aumento na projeção do PIB desse ano pela terceira semana consecutiva, passando de 2,56% para 2,64%, ainda refletindo o resultado bem acima do esperado para o PIB do país no segundo trimestre.
Segundo o IBGE, o PIB brasileiro cresceu 0,9% na variação trimestral no segundo trimestre desse ano, bem acima do projetado pelos analistas que esperavam expansão de 0,3%.
Esse desempenho surpreendente do segundo trimestre sugere que o país deverá crescer em torno de 3% em 2023. Portanto, podemos esperar a continuidade de novas altas nas projeções do Boletim Focus para o PIB nas próximas semanas.
A projeção para o IPCA subiu de 4,92% para 4,93%, em ajuste marginal antes da divulgação do IPCA de agosto que ocorrerá amanhã (12).
Os analistas esperam aceleração na variação mensal e no acumulado em 12 meses. Na comparação mensal se espera um salto de 0,12% em julho para 0,30% em agosto, enquanto no acumulado em 12 meses uma aceleração de 3,99% em julho para 4,69% em agosto.
A estimativa de aceleração do IPCA de agosto reforça a visão de que não há espaço para o Copom aumentar o ritmo de corte da taxa Selic. Por isso, o mercado segue esperando mais três quedas de 0,5 p.p. na taxa de juros no Brasil até o final de 2023, o que sugere Selic encerrando esse ano em 11,75%. Por conta desse quadro, os analistas mantiveram sua projeção para a taxa de juros encerrando 11,75% em 2023.
A estimativa para o dólar ao final desse ano subiu de R$ 4,98 para R$ 5,00, refletindo a piora do humor externo na semana passada, com os investidores vendo uma chance maior de nova alta de juros nos EUA.
Ademais, o ceticismo do mercado de que o governo irá conseguir entregar o resultado fiscal dentro da meta estabelecida no novo arcabouço fiscal, também contribui para um aumento na expectativa da taxa cambial ao final de 2023.
O rumo da política fiscal no Brasil será preponderante para definir a tendência do dólar no curto e médio prazo. Se o governo entregar as metas de resultado primário, o dólar tende a operar em queda nos próximos doze meses, buscando R$ 4,60. Mas se o governo falhar com sua política fiscal, a tendência será de dólar acima de R$ 5,10 para o médio prazo.
Para 2024, houve alteração marginal no IPCA, passando de 3,88% para 3,89%, enquanto o PIB subiu de 1,32% para 1,47%. O câmbio foi elevado de R$ 5,00 para R$ 5,02, enquanto a taxa Selic foi mantida inalterada em 9,00% ao final do ano que vem.
ABAIXO A EVOLUÇÃO DAS ESTIMATIVAS AO LONGO DOS ÚLTIMOS 15 MESES