PSF: 05_05_2025
O dólar comercial estende o movimento da véspera e tem mais um dia de queda expressiva nessa quarta-feira.
A desvalorização hoje da moeda norte-americana no Brasil segue a tendencia observada nas demais divisas de países emergentes e também reflete a aprovação ontem à noite na Câmara dos Deputados do novo arcabouço fiscal.
No exterior, o dólar perde valor frente as moedas de países emergentes, refletindo dados mais fracos da maior economia do mundo. O PMI Composto (Manufatura mais serviços) prévio do mês de agosto registrou 50,4 pontos, abaixo do esperado pelos analistas e do reportado em julho, que foi de 52 pontos.
O número sugere desaceleração da economia da terra do tio Sam e, consequentemente, reduz a chance de mais uma alta de juros pelo Fed. Nesse quadro, os ativos de risco se beneficiam e registram ganhos significativos.
Em linha com esse sentimento, as bolsas dos EUA sobem entre 0,8% e 1,4%, enquanto na Europa o mercado acionário opera com ganhos de 0,3%. Já o índice bloomberg commodities, impulsionado pela queda do dólar, sobe 0,7% e demais moedas de países emergentes registram ganhos frente ao dólar entre 0,5% e 1,5%.
Por aqui, o noticiário político ajuda a dar suporte a alta do real frente ao dólar, após a Câmara aprovar por 379 votos a favor e 64 contrários, o novo arcabouço fiscal.
Diante dessa aprovação, agora o mercado estará atento se o governo conseguirá entregar a meta de resultado primário estipulado por essa nova política fiscal. Por enquanto, o mercado dá ao governo o benefício da dúvida, mas vai querer resultados práticos até o final desse ano.
Se o governo entregar a meta primária prometida, os ativos brasileiros terão suporte para registrar mais ganhos no médio prazo. Entretanto, se o governo falhar na política fiscal o dólar voltará a operar acima de R$ 5,00 no médio prazo. O rumo do dólar dependerá exclusivamente do resultado fiscal.
Gráfico diário do dólar comercial
Dólar tem segunda sessão de forte baixa com cenário externo melhor e aprovação do novo arcabouço fiscal.