PSF: 05_05_2025
Após acumular alta de apenas 0,6% na semana passada, o dólar comercial inicia essa segunda-feira em forte alta, superando 1% de valorização. Diante desse movimento, o dólar comercial opera nesse momento no maior patamar desde o dia 01º de junho (R$ 5,0140). Ou seja, no maior nível em mais de dois meses.
O movimento de alta da moeda norte-americana no Brasil segue a tendência global de apreciação do dólar. Nesse momento, o dólar IDX (contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos) registra alta de 0,56%, enquanto a divisa dos EUA registra ganhos entre 0,6% e 1,10% sobre as moedas de países emergentes.
Em linha com esse sentimento de aversão ao risco ao redor do globo, as bolsas norte-americanas recuam entre 0,2% e 0,7%, enquanto o mercado acionário no velho continente registra queda de 0,3%. Já o índice Bloomberg Commodities recua 0,8%.
O sentimento de aversão ao risco reflete as preocupações com a economia chinesa, mais especialmente, o mercado imobiliário daquele país.
Nessa madrugada, a gigante incorporada do setor imobiliário Country Garden anunciou que não conseguiu pagar seus empréstimos na semana passada, o que gera um temor de que ela possa vir a quebrar.
Como o setor da construção civil chinesa tem um peso importante sobre o PIB e a geração de empregos no país, qualquer notícia negativa nesse setor da economia acaba gerando receio sobre a economia real do gigante asiático. E pelo fato da China ser o principal importador de commodities do mundo, uma fraqueza em sua economia sugere menor demanda por matérias-primas, o que acaba impulsionando o dólar e derrubando as moedas de países emergentes como o Real.
Em agosto, os dados da economia chinesa foram bem piores que o esperado e nos EUA e Europa também estão frustrando as expectativas. Nesse cenário, há nesse momento um temor dos investidores de que a economia mundial possa estar rumo a uma recessão ou um crescimento muito fraco, o que acaba impactando negativamente os ativos de risco ao redor do globo.
Somente quando houver uma melhora da percepção sobre a economia dos principais países do mundo é que os ativos de países emergentes voltarão a registrar ganhos. Assim que acalmar o mau-humor externo, o dólar comercial no Brasil tende a retornar para a casa de R$ 4,80. Mas enquanto não melhor o ânimo do investidor no exterior, o dólar tende a ficar entre R$ 4,90 e R$ 4,98.