PSF: 05_05_2025
O dólar comercial engata nessa quinta-feira a terceira sessão seguida de alta. Corte maior que o esperado na Taxa Selic realizado ontem pelo Copom e, especialmente, aversão ao risco no exterior, dá sustentação aos ganhos da moeda norte-americana no dia de hoje.
Na véspera, após o fechamento do mercado, a autoridade monetária brasileira reduziu em 0,5 p.p. a taxa de juros do país, recuando de 13,75% para 13,25% ao ano. O mercado esperava majoritariamente um corte menor, de 0,25 ponto percentual.
A surpresa com um Copom menos conservador do que vinha ocorrendo, acaba impactando no curtíssimo prazo de forma negativa a moeda brasileira, pois os nossos títulos de renda fixa tendem a pagar um rendimento menor do que o esperado anteriormente.
Porém, para o curto e médio prazo, essa decisão não tende a dar sustentação aos ganhos do dólar, pois o diferencial da taxa de juros entre Brasil e EUA seguirá bastante elevado e a taxa de juros real no país deverá seguir sendo a mais alta do mundo pelo menos até o final desse ano.
Mas o que acaba tendo o maior impacto altista a divisa norte-americana hoje é o quadro de mau-humor externo, que se instalou no mercado após a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado o rating soberano dos EUA na terça-feira.
Apesar da perda do status de triplo A pelos EUA ser baixista para o dólar ao redor do globo no médio prazo, no curtíssimo prazo traz ruídos para os ativos de risco.
Em linha com esse sentimento, as bolsas de valores nos EUA e Europa engatam uma queda pelo terceiro dia seguido, enquanto o dólar registra forte alta frente as moedas de países emergentes.
O Peso Mexicano registra nesse momento forte baixa de 1,56% frente a divisa norte-americana, enquanto o Rand da África do Sul desaba 1,47%. Como o Real é moeda par dessas duas divisas, também acaba sendo impactado negativamente.
Outro fator que tende a manter os investidores hoje em modo cautela é a expectativa pela divulgação dos dados de mercado de trabalho nos EUA, o Payroll. Esse importante indicador será reportado amanhã às 9:30 horas (Brasília) e faz com que os investidores prefiram ativos mais seguros como o dólar antes da divulgação desse número.