PSF: 05_05_2025
O fluxo cambial para o Brasil está indo muito bem nesse início de ano, puxando principalmente pelo forte saldo comercial, mas também por entradas na conta financeira, em especial em carteira.
FLUXO PARA BOLSA E RENDA FIXA
No acumulado de 12 meses até abril, a entrada ficou negativa em 4,7 bilhões de dólares, primeira queda em 11 meses. A queda é atribuída não aos fundamentos brasileiros, mas sim à minicrise dos bancos americanos e o embroglio do teto do endividamento do governo americano.
Para maio e junho, os dados da Bovespa mostram boa entrada para renda variável e renda fixa.
Ainda corre por fora a melhora do Outlook da nota de crédito do Brasil. A Standard & Poor´s é a primeira agência a fazer essa mudança, o que deve ser acompanhada das demais. A mudança pode trazer fundos institucionais que estão ausentes do Brasil há muitos anos.
BRASIL ESTÁ MELHOR QUE OS DEMAIS
Os dados do Brasil também está surpreendendo para melhor. O PIB do 1º trimestre veio bem acima das estimativas e recentemente o IBC-Br, um proxy do PIB para os próximos trimestres.
Já os demais países do BRICS continuam indo na direção contrária. Dados da África do Sul, China e Rússia estão decepcionando as estimativas dos analistas e investidores, colocando o Brasil em uma situação de destaque, o que pode acentuar o fluxo e apreciação do câmbio.
A figura mostra o íncide Surpresa do Citi para o BRICS – quanto menor, mais indicadores frustrantes.
CONTINUIDADE DO FLUXO
Fica cada mais claro que o Brasil colherá frutos do ajuste feito mais cedo. A Selic subiu de 2% no início de 2021 para 13,75% até agosto de 2022, um dos mais fortes movimentos de elevação de juros entre os emergentes.
Na contramão, a taxa de inflação se encontra na mínima de 30 meses, o que garante a melhor relação do mercado relacionando risco país e taxa de juros real.
Hoje a taxa de juros real de um título soberano do Brasil para 2 anos está em 7,44%, enquanto nos EUA a taxa de juros real para 5 anos está em 1,83%, medida através dos TIPS – Títulos do tesouro americano atrelados à inflação.
Hoje o câmbio acabou de romper 4,76 por dólar, menor taxa em mais de 12 meses.