PSF: 05_05_2025
O dólar comercial engata uma queda pela terceira sessão seguida nessa sexta-feira, se aproximando da mínima do ano, que foi registrado no fechamento do dia 14 de abril (R$ 4,9090). DÓLAR COMERCIAL: +1,05% @ 4,9960
No ano, o real acumula valorização de 8,1% frente a moeda norte-americana e é a terceira divisa de melhor performance entre as quarenta principais divisas do mundo. O movimento de apreciação da moeda brasileira é influenciado por três fatores.
Primeiramente, o Brasil segue registrando um ótimo fluxo comercial para o país, beneficiado pela safra recorde de grãos e preço historicamente elevado em dólar das matérias-primas.
Em abril, segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as exportações brasileiras totalizaram US$ 27,365 bilhões, proporcionando um superávit comercial de US$ 8,225 bilhões. Com esse resultado, as exportações acumuladas em 12 meses estão em US$ 336,246 bilhões, muito próximo do recorde histórico registrado em março desse ano, que foi de US$ 337,851 bilhões.
O saldo comercial acumulado em 12 meses diante do resultado de abril ficou superavitário em US$ 65,412 bilhões, também muito próximo do recorde histórico de US$ 66,718 bilhões de agosto de 2021. Em abril, os principais produtos da pauta de exportação foram: Soja em grão (7,746 bilhões), Óleo bruto de petróleo (US$ 2,575 bilhões) e Minério de ferro (1,903 bilhões).
O segundo ponto favorável a valorização do real é taxa de juros em patamar elevado em nosso país, o que garante ao Brasil o posto de juros real mais alto do mundo. E como não há expectativa de queda da taxa Selic até final de julho, esse quadro positivo tende a seguir no curto prazo.
A taxa de juros real mais alta do mundo garante atratividade para os papéis da dívida brasileira, estimulando operações de carry trade (arbitragem de juros)
E por fim, há um movimento de depreciação da moeda norte-americana no exterior. O dólar IDX (contra uma cesta de moeda de países desenvolvidos) acumula no ano uma queda de 1,35%.
O fundamento positivo para o real tende a continuar pelo menos no curto prazo (pelo menos até o mês de junho), o que gera expectativa que em breve o dólar venha a operar abaixo de R$ 4,90.