O Banco Central do Brasil divulgou hoje pela manhã o relatório semanal do Boletim Focus, que traz as projeções atualizadas até o dia 20 de abril das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes.

O movimento das projeções para 2023 apresentou alta para o PIB, elevação marginal para o IPCA e queda para a taxa cambial ao final desse ano. A taxa Selic foi mantida estável após ter recuado na semana do dia 14 de abril.

O destaque do relatório ficou para um aumento na estimativa do PIB para esse ano, saltando de 0,90% para 0,96%, renovando a máxima de projeção desde maio do ano passado. Resultado acima do esperado para o setor de serviços no Brasil em janeiro, motivou a revisão para cima do PIB do país.

Segundo o IBGE, o crescimento do setor de serviços no primeiro mês do ano cresceu 6,1% em relação ao mesmo mês de 2022, ficando bem acima do projetado pelos analistas, que esperavam expansão de 3,3%. Vale lembrar, que o setor de serviços corresponde por 70% do PIB brasileiro, tanto sob a ótica de produção quanto do consumo.

No caso da inflação, o IPCA sofreu novo ajuste marginal para cima pela quarta semana seguida. Saltou de 6,01% para 6,04%, ficando cada vez mais distante do teto da meta inflacionária de 2023, que é de 4,75%.

A expectativa de mais gastos por parte do governo esse ano mantém um viés de alta para a expectativa inflacionária em nosso país. Porém, caso o governo consiga aprovar a nova política de arcabouço fiscal no Congresso sem sofrer desidratação e entregue algo próximo de sua meta de resultado primário para 2023, a tendência é voltar a cair a projeção da inflação. Mas enquanto esses eventos não ocorrem, segue com viés de alta no curto prazo.

Diante da projeção do IPCA desse ano acima do teto da meta de inflação, o mercado manteve a estimativa da taxa Selic encerrar esse ano em 12,50%.

Por conta da expectativa da taxa Selic seguir em patamar elevado até o final desse ano e do avanço no Congresso da nova política fiscal do nosso país, o mercado reduziu de R$ 5,24 para R$ 5,20 sua projeção de dólar comercial ao final de 2023.

Ademais, viés baixista para a moeda norte-americana ao redor do globo, também ajuda a derrubar as projeções do dólar no Brasil. Em 2023, o dólar IDX acumula depreciação de 1,8% e nos últimos seis meses já recuou 9%.

Porém, como ainda perduram incertezas sobre a votação do novo plano fiscal no legislativo brasileiro, o mercado ainda mantém cautela na projeção, ficando acima do observado atualmente.

Para 2024, houve duas alterações marginais. A expectativa para o PIB subiu de 1,40% para 1,41% e o dólar reduzido de R$ 5,26 para R$ 5,25. O IPCA foi mantido e 4,18% e a taxa Selic em 10% ao final do ano que vem.

ABAIXO A EVOLUÇÃO DAS ESTIMATIVAS AO LONGO DOS ÚLTIMOS 10 MESES