PSF: 05_05_2025
O Banco Central do Brasil divulgou hoje pela manhã o relatório semanal do Boletim Focus, que traz as projeções atualizadas até o dia 14 de abril das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes.
O movimento das projeções para 2023 apresentou alta marginal para o IPCA, enquanto o PIB e a taxa cambial ao final desse ano foram marginalmente reduzidas. A taxa Selic também teve queda na sua expectativa ao final desse ano.
O destaque do relatório ficou para um aumento marginal na estimativa do IPCA para esse ano, saltando de 5,98% para 6,01%, ultrapassando pela primeira vez a barreira de 6%. Dessa forma se distanciou ainda mais do teto da meta de 2023 que é de 4,75%.
Apesar do mercado ter visto com bons olhos o novo plano de arcabouço fiscal do governo, ainda há dúvidas por parte dos analistas sobre a viabilidade dessa proposta, o que mantém um viés altista para a expectativa inflacionária no país no curto prazo.
Para essa semana, o governo deverá entregar o texto final ao Congresso brasileiro, assim como a divulgação de mais detalhes de como pretende elevar a arrecadação, afim de cumprir suas metas de resultado primário a partir de 2024. Somente após a aprovação no Congresso e a divulgação dos detalhes é que poderemos ver uma queda nas expectativas para o IPCA.
Apesar de nova elevação na estimativa para o IPCA esse ano, o mercado cortou em 0,25 p.p. sua expectativa para a taxa Selic ao final de 2023. Após oito semanas na estabilidade, foi reduzida de 12,75% para 12,50% ao final desse ano. Ou seja, mercado espera agora um corte de 1,25 p.p. sobre o nível atual da Selic, que é de 13,75%.
Resultado abaixo do esperado para o IPCA de março e dólar abaixo de R$ 5,00, abre possibilidade para um corte maior de juros. E caso o governo entregue as metas fiscais prometidas, a taxa de juros poderá encerrar esse ano em 12%.
Outro ativo que sofreu mudança após ficar por um bom tempo estável foi o dólar. Depois de dez semanas sem alteração em R$ 5,25, foi reduzido marginalmente para R$ 5,24, menor projeção desde 11 de novembro do ano passado (R$ 5,20). Essa tímida redução ocorreu por conta do nível atual do dólar no Brasil, ao redor de R$ 4,90.
Porém, como ainda pairam incertezas sobre como o governo vai conseguir entregar suas metas fiscais diante do novo plano de arcabouço fiscal, os analistas preferem manter suas projeções acima de R$ 5,20. Somente quando ficar claro o rumo das contas públicas é que poderemos ver um ajuste para baixo mais pronunciado para a expectativa do dólar ao final de 2023.
A projeção do PIB desse ano sofreu uma queda marginal, passando de 0,91% para 0,90%. Resultado abaixo do esperado para o setor de serviços, que foi divulgado na última sexta-feira, motivou essa redução marginal na expectativa para o crescimento do PIB em 2023.
Para 2024, também houve alterações marginais. A expectativa para o IPCA subiu de 4,14% para 4,18%. Para o PIB, recuou de 1,44% para 1,40% e a taxa cambial foi reduzida de R$ 5,27 para R$ 5,26 ao fim do ano que vem. Já a taxa Selic ficou estável em 10%.
ABAIXO A EVOLUÇÃO DAS ESTIMATIVAS AO LONGO DOS ÚLTIMOS 10 MESES