Após acumular forte queda de 2,3% nas três primeiras sessões dessa semana, o dólar comercial segue em viés de baixa na manhã dessa quinta-feira. E já busca o suporte psicológico de R$ 4,90. Nesse momento, a divisa dos EUA opera na mínima desde 09 de junho de 2022 no Brasil.

• DÓLAR COMERCIAL: -0,72% @ 4,9065

Apesar do gráfico diário já estar bem sobrevendido (IFR a 23,9 pontos), a moeda norte-americana tem mais um dia de queda, em linha com o movimento no exterior.

Há pouco, o BLS (Bureau of Labor Statistics) divulgou o IPP (Índice de Preço ao Produtor) referente a março. No período, foi reportado uma deflação mensal inesperada para o índice cheio de 0,5%. Os analistas esperavam leve alta de 0,1%. O índice núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também teve queda inesperada, de 0,1% ante expectativa de alta de 0,3%.

Com a inflação ao produtor recuando surpreendentemente, o dólar tem mais um dia de queda significativa no exterior. O dólar IDX recua 0,58% nesse momento, cotado a 100,565 pontos e atinge a mínima desde o dia 21 de abril de 2022.

Com a inflação desacelerando mais rápido que o esperado, como já havia mostrado ontem o IPC (Índice de Preço ao Consumidor), o mercado espera que o Fed realize a última alta de juros na decisão do dia 02 de maio e que no último trimestre desse ano já comece um ciclo de queda de juros.

Esse sentimento de juros menores nos EUA ao final de 2023 em relação ao observado nesse momento, traz esse viés negativo para o dólar que estamos observando nessa semana.

E com dólar em queda no exterior, aliado aos fundamentos positivos para o real no curto prazo (taxa de juros real mais alta do mundo e forte fluxo comercial por conta do preço das commodities em patamares elevados), não dá outra. O dólar derrete no Brasil, ignorando a forte necessidade de ajuste para cima no gráfico diário. O ajuste virá, mas o viés de baixa para o dólar seguirá pelo menos para os próximos dois meses.

O risco a esse cenário é haver uma desidratação do texto do novo arcabouço fiscal no Congresso brasileiro. Porém, no momento é visto com baixa probabilidade essa ocorrência, com deputados e senadores sinalizando positivamente ao teor do texto apresentado pelo Governo. A expectativa é que o texto final seja entregue no início da semana que vem.