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Jeferson Souza 
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Por: Equipe Agrinvest
Artigo, Grãos
Publicado em: 20/03/2023 07:32
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COMENTÁRIOS DA MANHÃ
Novamente as ações dos bancos derrubando tudo. O UBS ficou com o Credit Suisse por 3 bilhões de francos, assumindo 5,4 bilhões de perdas. De cara o mercado ficou animado. Porém, o que acabou azedando foram os detalhes. Os bonds do Credit Suisse vão virar pó. Isso quer dizer que quem tinha esse papel perdeu tudo, pois supostamente assumiram o risco de perda relacionado à queda do banco. Daí pra frente é uma questão de efeito dominó. Se você tem papel de algum banco que pode estar com problemas é melhor sair logo, pois você não tem nenhuma proteção. Ações de bancos no mundo todo estão sob fogo intenso. O HSBC caiu 6%. O sistema bancário da Suíça representa mais de 500% do seu PIB – o valor dos ativos dos bancos em relação ao PIB. No Reino Unido o sistema bancário representa 380% do PIB, França 350%, Holanda 330%, Itália 170%, nos EUA 120%. Se os governos querem realmente dar uma trégua às ações dos bancos, a primeira medida seria proibir a venda à descoberto de ações de bancos por um tempo.
Milho, trigo e óleos vegetais sob pressão. O acordo do Mar Negro foi estendido. A Ucrânia fala em 120 dias. A Rússia fala em 60 dias. Como quem está no comando das inspeções do corredor é a Rússia, diria que 60 dias é o prazo. A Rússia quer voltar para o sistema de pagamentos, pelo menos fertilizante e grãos. Bom, daqui a 30 dias vamos novamente retomar essa novela. O ponto é que o Mar Negro vai focar ainda mais no spot. A Ucrânia está conseguindo escoar 1 milhão de toneladas de milho e 150-200 mil toneladas de óleo de girassol por mês. A grande diferença é o preço, muito mais barato que os demais. O óleo de girassol está sendo negociado CIF Roterdam abaixo do peço do óleo de palma, o que eu diria ser algo muito raro – nunca vi. Esse é o efeito da pressão de custos e impossibilidade de ofertar para meses mais longos.
No Brasil, o governo elevou a mistura do Biodiesel de B10 para B12. A expectativa do mercado era quanto às próximas altas. Essas ficaram muito mais para frente do que o imaginado. B13, B14 e B15 para os próximos três anos. O mercado externo estava atento a uma possível redução da oferta de óleo de soja na exportação. O Brasil cresceu muito nas exportações de óleo de soja nos últimos dois anos, saindo de menos de 1 milhão de toneladas em 2019 para 2,4 milhões no ano passado. Esse ano, o ritmo já está maior. O impacto do B12 nas exportações será mínimo. A capacidade ociosa da indústria nacional de biodiesel vai continuar muito ociosa. No ano passado estavam operando com 60%. Para o produtor o que interessa é se o processamento vai crescer e também as margens de processamento. O processamento não vai mudar e as margens dependerão do preço do óleo que será vendido às usinas de biodiesel. Até agora o óleo no mercado interno está abaixo da paridade de exportação. Essa conta só irá inverter se começar a faltar óleo no mercado interno, o que obrigaria as usinas a pagar mais pelo óleo em relação á exportação, conta que seria repassada para as distribuidoras. A ponta vendedora dos prêmios do óleo para embarque abril e maio subiu 200 pontos na 6ª-feira à tarde. Vamos ver hoje.
Saiba mais em Opinião: A mudança do mandatório do Biodiesel no Brasil
No Brasil a logística e o clima continuam sendo o principal problema. Algumas distorções vêm sendo notadas: Caminhões ociosos e fretes caindo, soja de São Paulo descendo para o porto de Rio Grande, soja do MS sendo vendida à fixar e semente de milho safrinha sobrando no mercado. O tempo de espera nos principais portos continua bastante elevado, o que está reduzindo muito a liberação de cotas para os caminhões. O jeito é levar soja para portos com baixo tempo de espera. Tem soja de SP, MS e PR descendo para o porto de Rio Grande, onde tempo de espera mão passa de 7 dias – ainda. Isso é possível porque está sobrando caminhão. Eu diria que essa janela de oportunidade vai se fechar logo. Muitos caminhões começarão a ficar parados nas filas dos armazéns no interior. Tem oferta de semente de alta tecnologia no mercado. Isso quer dizer que o produtor não vai arriscar milho fora da janela. Falam em queda nas vendas de 10-15% no MS, PR, SP e MG. Produtores buscando semente de milho com menos tecnologia, pasto, sorgo e trigo.
Em Dalian os contratos da soja importada caíram 3,3%, maior queda diária desde julho do ano passado. O contrato março está na mínima de janeiro de 2022. O contrato está precificando crescimento dos estoques na China. Em teoria o Brasil não tem condições de segurar toda essa soja, assim como os EUA durante o 2º semestre, soja que terá que ser movimentada para onde tem capacidade ociosa de processamento e estocagem. O Brasil tem vendido para a Argentina também, onde a capacidade ociosa das fábricas está em 70%. Falam em 300-500 mil toneladas nas últimas duas semanas. Essa soja que está saindo por Rio Grande encaixa bem para a Argentina. A soja março de 2024 na CBOT perdeu os $13 por bushel. A comercialização vai ficar ainda mais travada. As vendas para 2024 ainda não chegaram a 3%. A safra que vem tem tudo para ser no mesmo ritmo que essa.
Rápidas da manhã: Bolsas no Ocidente e na Ásia em queda; ações de bancos continuam sucumbindo; Petróleo renovando mínima de 15 meses; óleos vegetais sobre pressão; todos de olho nos movimentos do Fed. Nessa 4ª-feira o Fed deve elevar a taxa de juros em 0,25%. O mais importante são os comentários sobre a piora da crise bancária e como isso vai mudar a trajetória dos juros – se vai mudar; ouro subindo 1,15% e o Bitcoin subindo 1,1%; o corredor de grãos foi estendido por mais 60 ou 120 dias? Xi Jinping deve se encontrar com Putin – é a 2ª vez esse ano. A frequência diz tudo; o clima virou: muita chuva para a Argentina e clima firme no MS, PR e SP para 15 dias. A pressão de colheita está aumentando;
Ótima 2ª-feira a todos
ANEXO
1. Acumulados para 15 dias. Clima firme no PR e SP
2
5,00