O dólar sobe com força e atinge máximas de R$ 5,41
Após registrar alta nas duas sessões anteriores, o dólar comercial opera em queda nesta quinta-feira. Com a baixa de hoje, devolve praticamente toda a apreciação da véspera e volta a operar abaixo de R$ 5,45 nesse momento.
O recuo da moeda norte-americana descola do movimento de leve apreciação do dólar frente as divisas emergentes nessa manhã. Lá fora, o dólar sobe 0,1% frente ao Peso Mexicano, 0,15% diante do Rand da África do Sul e 0,05% perante o Dólar Neozelandês.
A queda no Brasil reflete a manutenção do tom duro do comunicado do Copom divulgado ontem após o fechamento do mercado. A autoridade monetária brasileira manteve a taxa Selic em 15% (no nível mais alto em quase vinte anos) conforme amplamente esperado pelo mercado.
Porém, os investidores esperavam um comunicado menos pesado sobre o combate a inflação, o que abriria espaço para a possibilidade de queda de juros em janeiro. Mas o comunicado “enterrou” a possibilidade de afrouxamento monetário na primeira decisão de 2026 que ocorrerá no dia 28 do mês que vem.
O Copom disse: “O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”
Ao colocar na última frase que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste para cima nos juros, acabou qualquer possibilidade de corte de juros em janeiro.
Diante desse quadro, o Brasil deverá seguir nos próximos dois meses com uma taxa de juros nominal e real bastante atrativa para carry trade (arbitragem de juros), o que ajuda a derrubar o dólar nesta quinta-feira.
